No trabalho de pesquisa (T3) comentei um pouco sobre o trabalho da desiner, engenheira e estilista holandesa Anouk Wipprechet. Por meio de comentários recebidos na última aula, escolhi esse projeto para abordar nesse trabalho de G1
O que é esse projeto?
"Em um futuro onde se prevê que a eletrônica será incorporada em objetos do cotidiano, - que tipo de roupa usaremos? O techno fashion do futuro será puramente estético - ou expandirá nossa consciência, agindo como uma segunda pele inteligente? Vamos nos tornar supersensoriais, fisicamente cientes dos fluxos de dados, comunicando nossos estados internos por meio das roupas que vestimos? E, talvez o mais pertinente, como iremos socializar em nosso mundo quando somos supervisionados pela tecnologia?" Esse questionamento da Anouk Wipprecht nos permite compreender sua visão acerca de seus trabalhos, já que ela não deseja em seus projetos costurar apenas uma bela peça, mas sim demonstrar que a moda pode ir além do senso comum. Ela pesquisa como podemos interagir com o mundo de novas maneiras por meio do nosso guarda-roupa, facilitando e aumentando as interações que temos entre si e o espaço de forma personalizada.
Wipprecht levanta a seguinte questão para iniciar seu projeto: "o que falta na moda? Microcontroladores!". Por estar trabalhando em um campo emergente chamado Fashion Tech, ela combina a moda, engenharia, ciência e UX (User Experience/Experiência do Usuário) design. O corpete foi feito com impressão 3D, com a integração de sensores de proximidade e sensores corporais. Os sensores de proximidade monitoram o espaço ao redor do usuário e, quando alguém se aproxima de maneira agressiva, os membros se movem e entram em uma "posição de ataque", já com uma aproximação mais suave e convidativa, os membros podem acenar como um cumprimento. Já os sensores corporais monitoram os níveis de estresse e ansiedade do usuário. Ao longo do corpet, também há luzes de led que também respondem ao tipo de aproximação: ou piscam de modo contínuo para demonstrar sinal de alerta, ou brilham de maneira mais serena para dar boas-vindas.
Qual sua importância?
Anouk conta que seu projeto é pensado, sobretudo no espaço pessoal, porque sua perspectiva sobre a moda é que ela fala sobre expressão e comunicação. Ela entende que as interações irão variar de pessoa para pessoa, de país em país e de humor para humor. "Às vezes você pode levantar com o pé esquerdo da cama e estar mais irritada, e querer com poucas pessoas ao seu redor". É importante compreender e definir seus limiter no que diz respeito ao espaço pessoal, pois esse é um espaço é íntimo.
O que mais me chamou atenção nesse projeto é o fato de conseguir comunicar como você está se sentindo em relação ao espaço e ao outro sem precisar colocar em palavras. A forma de comunicação do vestido consegue auxiliar as maneiras de relacionamento interpessoais em diversos lugares, podendo inclusve ser utilizado como um alerta em casos extremos, bem como assédio, tentativa de furto ou roubo ou tentativa de sequestros relâmpagos.
Observando um cenário menos caótico, em países como o Brasil é comum ver todos se abraçando e se beijando como forma de demonstrar carinho e afeto, tanto com os familiares quanto com os amigos. Até nossa forma de cumprimentar pessoas estranhas se dá por um abraço e/ou um beijo em cada bochecha. Particularmente sou uma pessoa introvertida e tímida, prefiro apenas um aperto de mãos. Mas vivendo em um país como o nosso, essa não aproximação de minha parte é malvista e interpretada de maneira equivocada - normalmente me consideram uma pessoa fria e antipática por isso. Meu irmão mais velho é totalmente o oposto, gosta de abraçar e beijar todo mundo do seu cíclo social.
Como funciona?
A criação do modelo foi feita no software de modelagem Maya. A parte impressa em 3D do corset é feita com nylon estriado a partir da técnica SLS (sinterização seletiva a laser).
Os sensores de aproximação se encontram nas duas maiores esferas na parte superorior da peça e estão programadas com 12 estados diferentes, que decide qual animação terá dependendo da aproximação. Nas especificações da funcionalidade mecatrônica, Wipprechet comenta: "O módulo (Intel) Edison roda Linux embutido, o design é programado em Python. As interações do vestido são definidas em '12 estados de comportamento' por meio de dois servomecanismos controladores Mini Maestro USB de 12 canais da Pololu, que usam cinemática inversa. Estou trabalhando com 20 pequenos servos de engrenagem de metal 939MG, todos os servos voltam para o sistema. Também estou trabalhando com Dynamixels (série XL-320) da Robotis, que são super agradáveis de trabalhar, pois são inteligentes, fortes e muito precisos. ” Em relação aos sensores corporais mensionados pela designer não são detalhados por ela, apenas comenta que monitoram a respiração do usuário. Acredito que esses sensores sejam de monitoramento do fluxo respiratório, que mede a frequência da respiração humana utilizados na indústria médica.
A conexão entre o hardware e a estética do vestido são integradas de modo que um não comprometa o outro. Não há problemas de superaquecimento, já que o Edison é perfeitamente integrado em um componente de caixa na parte de trás da impressão 3D, onde é resfriado longe do corpo. Os fios entram por meio de plugues na caixa e são “rosqueados na estrutura interna da peça”. Os sensores também são integrados ao design da impressão, para que não desconfigure sua aparência de aranha.
Modificações
O projeto em si, como dito anteriormente, é relacionado aos espaços pessoais de cada um. Em minhas observações, percebo que nosso humor pode mudar conforme o dia passa, mas essas mudanças tendem a ser bem sutís e só são percebidas quando analisadas em seus pontos altos. Acredito que uma forma de melhorar como o humor é passado, mudar os leds brancos para uma opção colorida, pois poderia ser mais um indicador da maneira que está se sentindo; Percebi também que o movimento dos membros fazem um barulho característico da robótica, isso pode causar certo desconforto em si ou nos outros dependendo do grau de irritablidade de cada um. Uma maneira de amenizar esse som seria a opção de diminuir a frequência dos movimentos ou desativá-los dependendo do local onde esteja situado e com quem está interagindo; Outro questionamento que tive é em relação às pessoas com ansiedade. Se os sensores corporais identificam os níveis de estresse, então o vestido irá responder a esses estímulos. Para a pessoa ansiosa será muito difícil controlar esse estresse e consequentemente o uso do vestido poderá ser inviável. O melhor jeito de controlar isso seria ajustar esses sensores de acordo com essa característica, desse modo seria mais fácil controlar os movimentos e evitar possíveis transtornos.
Por enquanto é isso, as atualizações no blog serão feitas em breve! Não deixe de acompanhar, viu?
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